Adunisinos existe desde 14 de outubro 1978, quando foi fundada por colegas que se preocuparam em abrir caminhos ao diálogo, à negociação e à democracia dentro da Unisinos.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Aula Aberta: Qual a Solução para a Questão Palestina? Confira como foi


Da esquerda para a direita, Julieta Abba, professora da UNISINOS, Raphael Campos, presidente da ADUNISINOS, Diego de Oliveira, membro da OCI e Sami El Jundi, professor de Direito da UFRGS


No dia 1º de dezembro, a ADUNISINOS promoveu uma aula aberta com que tinha como tema a seguinte pergunta: qual a solução para a questão palestina? Para trazer esclarecimentos sobre esse assunto central atualmente na geopolítica global, que envolve uma série de fatores e que coloca em risco a existência do povo palestino, contamos com a colaboração de três convidados que apresentaram diversos viéses sobre o que ocorre naquele território. Participaram, na condição de debatedores, Sofya de Bellini e Soares, internacionalista formada pela UNISINOS e agente humanitária com experiência junto ao povo palestino e israelense, Sami El Jundi, professor da Faculdade de Direito da UFRGS e membro da FEPAL (Federação Árabe Palestina do Brasil) e Diego de Oliveira, militante membro da Organização Comunista Internacionalista (OCI).

As falas foram divididas em dois momentos: uma exposição inicial, na qual cada um dos debatedores apresentou para o público, que teve a oportunidade de acompanhar presencialmente e virtualmente o debate, a realidade de segregação e crimes humanitários às quais o povo palestino é submetido há anos pelo estado de Israel; e um segundo momento em que os espectadores puderem contribuir com questionamentos para que fosse possível aprofundar ainda mais assuntos sobre a questão. Participou como mediadora da mesa a professora Maria Julieta Abba, do curso de Relações Internacionais da Pós-Graduação em Educação na UNISINOS.

A aula aberta ocorreu no Campus São Leopoldo da UNISINOS e pode ser assistida na íntegra dando play no vídeo ao fim desse artigo, ou clicando neste link. A direção da ADUNISINOS reforça o sentimento de solidariedade em relação ao povo palestino e torce para que haja uma solução definitiva e imediata no sentido de dar fim ao genocídio aos palestinos.

Integrantes da mesa demosntram apoio à Palestina


Um pouco da fala dos convidados


Sofia viveu recentemente uma experiência como agente internacional no território palestino e compartilhou um pouco da sua vivência. Ela definiu o que presenciou como uma ocupação civil-militar israelense na região, em que não há conflito simplesmente porque não há o mínimo de igualdade entre as forças de repressão israelense e a resistência palestina. Segundo Sofia, o que ela testemunhou foi um verdadeiro aparthaid, um cenário de recorrentes crimes contra a humanidade sobre os palestinos que, além da segregação, enfrentam uma série de violações de direitos, desde de a possibilidade de ir e vir, mesmo em áreas palestinas, quanto em relação ao acesso à água, alimentos, medicamentos entre outros itens de necessidade básica. 

Ela apresentou leis que evidenciam o tratamento discriminatório aos palestinos, práticas militares e civis que fomentam a segregação, dados que comprovam a política de genocídio do estado israelense para com os palestinos. Ao fim, falou um pouco das suas funções como agente internacional e demonstrou grande preocupação para o futuro recente dos palestinos, uma vez que a ocorrência de ataques diminui a presença internacional na região, fator que ela entende ser uma espécie de proteção para os palestinos contra as violações que Israel impõe. 


O professor Sami deu continuidade às exposições iniciais reforçando a situação anteriormente narrada por Sofia e trazendo uma reflexão sobre o que é preciso para que se possa atingir a paz na região. Então, ele fez uma recapitulação das tentativas de negociações que já ocorreram entre as partes e demonstrou que o governo israelense sempre agiu no sentido contrário à resolução diplomática. Pelo contrário, sempre que possível Israel intensificou a repressão aos palestino e, tendo posse de um poder bélico muito maior, atuou no sentido de produzir um genocídio.

No momento atual, Sami entende que Israel caminha para se tornar um estado fundamentalista religioso imperialista e teme que tentativas de expansão do território israelense gerem guerras na região. Ele finaliza afirmando que não há possibilidade de paz enquanto o grupo político de extrema-direita que governa Israel seguir no poder e vê que uma possível saída seria o fim do protecionismo dos Estados Unidos em relação a israel no conselho de segurança da ONU.

“A Palestina depende de uma decisão urgente. O que nós estamos assistindo do ponto de vista civilizatório é um ponto de virada para a humanidade. Ou nós conseguimos, efetivamente, encontrar uma solução para os palestinos e a humanidade tenta, dos escombros disso, reconstruir os valores que vem tentando universalizar desde a Segunda Guerra Mundial, ou nós vamos retornar a um estado de barbárie, onde irá prevalecer, em toda e qualquer circunstância, a lei do mais forte”, declarou o professor.


Diego aborda a situação por uma perspectiva que coloca a situação como um reflexo do sistema capitalista no mundo. Ou seja, a natureza exploratória e expansionista do modelo econômico leva povos a subjugar outros e que esse é um ponto central para compreender a relação entre israelenses e palestinos atualmente. Além disso, acrescenta que outra relação entre o capitalismo e a situação atual são os altos rendimentos que a indústria armamentista recebe nesse cenário, e que por isso há um interesse e um investimento para que o massacre siga ocorrendo.

O militante da OCI defende que a solução passa por uma saída formulada pelo viés das decisões dos palestinos. Do ponto de vista marxista, o qual defende, ele coloca como solução um levante proletário palestino, apoiado por proletários do mundo todo, isto é, uma revolução. 

“Não vejo nenhuma outra forma, senão o entendimento de que essa união de povos em prol da palestina e de todos os povos que desejam se livrar desse grilhões, por uma revolução para combater o sistema político que se coloca hoje. Não há nenhuma outra forma de se colocar contra isso”, afirma. 


domingo, 22 de outubro de 2023

ADUNISINOS celebra Dia dos Professores em evento cultural junto à comunidade da UNISINOS

Com direito a música, poesia, grafite e aquele coffee break, nossa entidade promoveu na última quinta-feira (19/10) um evento para marcar e celebrar o Dia dos Professores. A atividade ocorreu na sede da ADUNISINOS, no Campus São Leopoldo e foi abrilhantada pela presença do coletivo artístico Noia.Arte, um grupo de artistas do Vale do Sinos que promove intervenções e reuniões em áreas públicas da região.

O público começou a chegar por volta das 18h e foi logo se servindo para recarregar as energias. Pouco depois, demos início aos trabalhos apresentando nossos convidados e agradecendo a presença dos docentes e discentes presentes conosco. Destacamos a importância dos coletivos para a sociedade. Enquanto associação de professores, sabemos a diferença que faz para a nossa classe a organização e a mobilização para, em conjunto, obter conquistas e, a partir delas, poder dedicar esforços para entregar uma educação emancipadora e de qualidade para os estudantes.

Ao lado de um coletivo de artistas, a importância dessa junção se mostrou ainda mais evidente. O Noia.Arte deixou explícito o que a união de talentos em diferentes formatos é capaz de proporcionar. Representantes do hip-hop, eles destacaram que um dos objetivos da atuação do movimento é desacomodar, promovendo reflexão sobre os padrões estabelecidos.

A apresentação começou com música. Voz, violão e muita energia foram os instrumentos utilizados para animar a plateia, que acompanhou com movimentos, palmas e muitos sorrisos. A seguir foi a vez do Slam, momento que a poesia ganhou o centro das atenções. Após, iniciou-se uma roda de conversa com foco nas experiências em coletivo e como essa vivência em conjunto gera sentimentos como responsabilidade, pertencimento e auto conhecimento.

Por fim, fomos presenteados com uma tela feita a partir da técnica do estêncil, feita com grafite e inspirada no trabalho do artista britânico Banksy. A arte feita para a nossa entidade ficará exposta na nossa sede, podendo ser contemplada por todos que forem nos visitar.

Gostaríamos de agradecer a todos que estiveram presentes para dividir esse momento conosco e também, em especial, ao Noia.Arte, que fez da ocasião ainda mais especial. Esperamos nos reunir mais vezes para confraternizar, dividir experiências e nos organizarmos.

 

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Discussões a cerca do Bem Viver e dos Direitos da Natureza encerram a primeira edição do Ciclo de Debates de Direitos Humanos ADUNISINOS

Prof. Walmir Perira apresentando os conceitos de bem viver, direitos da natureza e o pluralismo jurídico no Arco Andino contemporâneo
Prof. Walmir Perira apresentando os conceitos de bem viver, direitos da natureza
e o pluralismo jurídico no Arco Andino contemporâneo

A mesa de encerramento do I Ciclo de Debates de Direitos Humanos, promovido pela ADUNISINOS em parceria com a Rede Brasileira de Direitos Humanos, foi realizada na quarta-feira (13/09), no Campus da UNISINOS, em São Leopoldo. Com o tema da compreensão dos Direitos Humanos a partir do entendimento dos povos originários e colocando o meio ambiente como uma entidade digna de ter seus direitos reconhecidos, o debate foi conduzido por Walmir Pereira da Silva, antropólogo, pesquisador e docente da UNISINOS, e por Helena Simões, professora da UNIFAP, do Amapá. Comporia a mesa Kate Lima de Lima, analista em Políticas Públicas formada pela UFRGS, mas devido a problemas técnicos sua participação foi impossibilitada. Coordenou a mesa o professor Solon Viola, docente da UNISINOS. 

O professor Walmir apresenta a experiência da constituinte equatoriana, promulgada em 2008, que, a partir de perspectivas dos povos originários que compõem o país, coloca o meio ambiente como uma entidade cujos direitos devem ser garantidos pelo país. Ao longo da fala, o antropólogo social discute as implicações dessa legislação e como sumak kawsay – o estado de bem viver – vai impactar não só as relações da sociedade com a natureza, como toda a lógica que o modelo econômico capitalista hegemônico impõe sobre aquela população.

Também sobre o caso equatoriano, a professora Helena centralizou sua fala em um caso no qual houve um claro conflito cultural no entendimento sobre os Direitos Humanos pelos povos originários e os conceitos eurocêntricos historicamente estabelecidos naquele território. A pesquisadora deixa claro que entende serem positivos os avanços que a constituição promove em relação ao reconhecimento dos direitos dos indígenas e da natureza, mas pontua que o processo completo demandará graus de compreensão sobre a cultura dos povos originários por parte do aparato do estado e da sociedade como um todo.

Após provocação do presidente da mesa, professor Solon Viola, os palestrantes discutiram a quem se endereça, e a quem deveria se endereçar, esses Direitos Humanos. Helena pontuou que as problemáticas tanto no tratamento como no reconhecimento dos grupos hoje chamados de minoritários ou vulneráveis, teoricamente aquelas comunidades que mais precisam de acesso aos Direitos Humanos, bem como chamou a atenção para a nomenclatura adotada para se referir a esses grupos, que ela entende não ser a ideal. Por sua vez, o Walmir propôs uma mudança de pensamento para o debate: em vez de refletir sobre a universalidade dos Direitos Humanos, concentrar os esforços no como universalizar essa conquista, não necessariamente copiando o modelo proposto pelos povos indígenas para as demais sociedades, mas tendo-o como inspiração para alcançar a unidade na diversidade.

Para finalizar, os debatedores interagiram com o público online respondendo os questionamentos e aprofundando ainda mais o debate sobre as significações e reflexos que o estado de bem viver podem ocasionar no cenário global.

Este evento, assim como todo o ciclo de debates teve como apoiadores  Conselho Estadual de Direitos Humanos do Rio Grande do Sul, Movimento Nacional de Direitos Humanos, Associação das Defensoras e dos Defensores Públicos do Rio Grande do Sul, Secretaria Municipal de Direitos Humanos de São Leopoldo,  Conselho Municipal de Direitos Humanos de São Leopoldo.

Confira o evento completo


terça-feira, 15 de agosto de 2023

Evento de Debates sobre Direitos Humanos e Tecnologia: Novos Olhares para o Século XXI

Da esquerda para a direita, a professora Maria Eduarda Giering, o professor Raphael Leite Campos e o professor Solon Viola

No dia 9 de agosto, foi realizado o segundo encontro do I Ciclo de Debates de Direitos Humanos, cuja discussão teve como foco os desafios e implicações da tecnologia no século XXI. O evento reuniu especialistas e pensadores para discutir os impactos da digitalização e da inteligência artificial nos direitos humanos e na sociedade em geral.

Uma das mesas de destaque abordou o tema "Conhecimento e Ciência nos Tempos Futuros", e teve como palestrante a renomada professora Maria Eduarda Giering. Sua apresentação, intitulada 'Tecnodiscursividade: para além de uma visão intersubjetiva da linguagem', trouxe reflexões profundas sobre a relação entre tecnologia, discurso e conhecimento.

Durante a apresentação, foram explorados os seguintes pontos-chave: a evolução da comunicação científica nas plataformas digitais e sua influência nos tempos futuros. Mais especificamente, debateu-se o papel dos atores não humanos na formação e disseminação do discurso, a complexidade da produção de linguagem no ambiente digital e sua relação com a tecnologia. Ainda, foi colocada a necessidade de uma abordagem multidisciplinar para analisar o discurso na era digital e os desafios na garantia dos direitos humanos no contexto das inovações tecnológicas.

Além disso, o evento abordou questões cruciais como a redefinição da autoridade em um mundo inundado por tecnologia e desinformação, os dilemas éticos associados às plataformas digitais e à inteligência artificial, bem como os desafios em manter os direitos humanos em meio ao avanço tecnológico.

Os debatedores também discutiram os movimentos trabalhistas nas empresas de tecnologia, a importância do design ético em algoritmos de I.A., a responsabilidade legal e ética e a necessidade de abordagens democráticas e voltadas para os direitos humanos.

O evento enfatizou a colaboração, a reflexão e a visão de um futuro melhor como ferramentas cruciais para enfrentar os desafios do século XXI.

Participe da próxima mesa deste Ciclo de Debates que será sobre "Bem viver, direitos da natureza e pluralismo jurídico no Arco Andino contemporâneo", no dia 13/09 às 19h30 na Unisinos, no campus São Leopoldo - RS. Siga nossa página no instagram @adunisinos para mais informações.

Veja como foi o evento



terça-feira, 20 de junho de 2023

Como foi a visita da diligência da CAPES à UNISINOS

Quinta (15/06) e sexta-feira (16/06), a comunidade acadêmica da UNISINOS recebeu a visita de uma delegação de 15 pessoas ligadas à CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) em razão de uma diligência que está sendo realizada para acompanhar o processo de descontinuidade de 12 PPGs (Programa de Pós-Graduação), medida controversa anunciada pela universidade há cerca de um ano. 

Até o momento, o órgão federal, ligado ao Ministério da Educação, não divulgou nenhuma decisão sobre como atuará em relação ao caso, que não encontra precedentes na história da CAPES, em razão da grande quantidade e da alta qualidade dos programas que estão sendo descontinuados de uma só vez. Até então, situações de desativação de PPGs ocorriam por baixa qualidade nas avaliações periódicas da CAPES.

Durante a visita, ao longo de toda a quinta-feira, os representantes da CAPES tiveram reuniões com os grupos envolvidos no processo de descontinuação. Pela manhã, ocorreram encontros com a alta administração da universidade, Unidade de Pesquisa e Pós-Graduação e com os coordenadores dos 12 PPGs. À tarde, a comissão se reuniu com os docentes e, depois, com os discentes dos cursos que serão encerrados, em uma reunião que durou três horas no Auditório Central da UNISINOS.

Na sexta-feira, devido à condição climática severa, as reuniões dos coordenadores de cada área com docentes e discentes de cada PPGs foram prejudicadas. Algumas precisaram ocorrer online, e outras sofreram atrasos.

À ADUNISINOS, docentes e discentes (cujos nomes não serão citados) mostraram-se otimistas com as medidas que a CAPES deve adotar após os relatos da comunidade acadêmica afetada, os quais foram recebidos com bastante atenção pelos membros da comitiva. Espera-se que, dentro de aproximadamente duas semanas, seja divulgado um relatório sobre o “Caso UNISINOS” – terminologia que passou a ser utilizada para se referir à descontinuação dos PPGs na universidade.

Entre os caminhos apontados pela CAPES para a construção de soluções para os pós-graduandos foram citadas a possibilidade de transferência para outras instituições, pactuação de convênios para a manutenção de vínculo com orientadores que deixam a instituição, a ampliação dos prazos para conclusão das pesquisas, oferta de atendimento psicológico e a garantia de infraestrutura para aqueles que tiveram seus estudos afetados, especialmente aqueles que tiveram troca de orientadores, dentre outras medidas que podem ser indicadas pelo órgão federal. Embora não possua prerrogativa legal para influir nas decisões da universidade, a CAPES mostrou estar comprometida com o acompanhamento do caso a fim de zelar pela garantia da qualidade da formação dos discentes e da preservação da carreira dos pesquisadores ligados aos PPGs descontinuados.

Nenhuma medida direta foi anunciada pela CAPES até o momento desta publicação, mas há dois encaminhamentos importantes que podem resultar da visita de diligência à UNISINOS. Primeiro, com base na avaliação dos relatores, a CAPES pode encaminhar o relatório da diligência para avaliação do Ministério Público Federal, tendo em vista que, ao longo de muitos anos, os PPGs descontinuados têm recebido financiamento público significativo por meio de bolsas de estudos, de  fomento à pesquisa e à infraestrutura, implicando em compromisso social com o desenvolvimento regional ligado à atuação filantrópica da instituição. Um segundo desdobramento é o desenvolvimento de normativas e regulamentações específicas, hoje inexistentes na CAPES, para acompanhar situações de desativação de PPG no país.

Condução da UNISINOS

A nota triste durante a passagem da comissão da CAPES foi a forma como a UNISINOS conduziu a organização das reuniões. Conforme os relatos recebidos pela nossa entidade, a universidade atuou no sentido de diminuir a participação de docentes e discentes, limitando o acesso aos locais de reunião, realizando fichamento dos presentes, destacando equipes de segurança que, segundo os presentes, agiram com truculência e intimidação. Na sexta-feira, mesmo em meio à passagem de um ciclone extratropical pela região do Vale do Rio do Sinos, a instituição teria criado obstáculos à realização de conferências online, não se sabe com que finalidade, mas que acabaram, de certa forma, soando como uma tentativa de esvaziamento do diálogo entre a comunidade acadêmica os representantes da CAPES.

quinta-feira, 15 de junho de 2023

Primeira mesa do Ciclo de Debates de Direitos Humanos problematiza a democratização do acesso aos direitos humanos



Da esquerda para a direita, Cristiane Johann, Raphael Campos, Benedito Tadeu César e Solon Viola 

O primeiro encontro do Ciclo de Debates de Direitos Humanos, promovido pela ADUNISINOS, em parceria com a Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos, foi realizado na noite de quarta-feira (14/06), no Campus da UNISINOS, em São Leopoldo. Para abrir os trabalhos, a mesa Democracia e Direitos Humanos no Século XXI discutiu o contexto atual dos direitos humanos tanto em nível nacional quanto global, recuperou momentos importantes para a constituição dos conceitos de direitos humanos estabelecidos atualmente e problematizou a efetivação desses direitos para a totalidade das pessoas que formam as sociedade. Confira o evento completo no YouTube.

Na mesa estava presente o cientista político e professor aposentado da UFRGS Benedito Tadeu César, que ministrou uma palestra de pouco mais de 40 minutos, e os debatedores Cristine Johann, defensora pública do Rio Grande do Sul, e o professor da UNISINOS Solon Viola, autor do livro Democracia e direitos Humanos no Brasil. Como mediador atuou o presidente da ADUNISINOS, Raphael Leite Campos, que abriu o evento com um breve discurso ressaltando o caráter de constante construção do conceito de direitos humanos.

César iniciou sua fala fazendo um apanhado de momentos-chave da história em que se consegue identificar o estabelecimento de direitos humanos, muito antes de esse conceito existir. Citou os primeiros códigos sociais, códigos religiosos, constituições de estado entre outros pactos políticos onde se identifica o reconhecimento de outrem e, consequentemente, de que esse indivíduo teria direitos iguais perante esses pactos.
Professor Benedito Tadeu César

Após, o professor definiu a Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização Mundial das Nações Unidas como uma consequência da transformação dos modos de produção, voltada para resguardar direitos individuais e de propriedade Em seguida, descreveu como crise de direitos humanos no final do século XX e início do século XXI o reacionarismo dos grupos até então dominantes em relação a ascenção dos grupos antes considerados minoritários, citando mulheres, negros, gays entre outros.

Cristiane Johann, defensora pública

Na sua vez, a defensora pública Cristiane Johann enfatizou os horrores promovidos pelo nazifascismo durante o período da Segunda Guerra Mundial, que provocou os governantes globais a promulgar a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Citando partes do deste texto e da Constituição Federal Brasileira de 1988, ela destacou aquilo que aparece como direitos humanos nesses documentos, problematizando a formação de um estado de bem-estar social em um modelo neoliberal, que, segundo seu entendimento, é calcado em um cenário de constante competição entre as pessoas.

Solon Viola, professor da UNISINOS

Solon Viola explicou como a dualidade de bem e mal é uma constante nos tensionamentos dos direitos humanos na modernidade, e de que o combate ao mal é usado como justificativa para o ataque aos direitos do outro, por meio de uma soberania constituída em cada época. Para finalizar, expressou a opinião de que a comunidade global precisará, em breve, rediscutir seus ideais de direitos humanos, estendendo esses conceitos a questões ambientais, comunidades ainda isoladas da globalização, populações economicamente à margem nos grandes centros urbanos, entre outros.

O próximo encontro será realizado em 9 de agosto, também às 19h30min e no mesmo local, o LABTICS, no Campus da UNISINOS em São Leopoldo. O tema será Conhecimento e ciência e os Tempos Futuros, que contará com a palestra da professora da UNISINOS Maria Eduarda Giering e terá como debatedores Paulo Carbonari e Raphael Leite Campos.

Confira como foi o evento



terça-feira, 13 de junho de 2023

Diligência da CAPES sobre a descontinuação dos 12 PPGS visita a UNISINOS


Uma equipe da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) estará na UNISINOS nesta quinta (15/06) e sexta-feira (15/06) para a realização de uma diligência sobre o processo de descontinuação dos 12 Programas de Pós- Graduação (PPGs) da universidade. A visita se dá em razão de denúncias enviadas ao órgão federal ligado ao Ensino Superior pelo coletivo de docentes e discentes, que se organizou para lutar pela manutenção da qualidade da formação discente e da carreira docente até a diplomação do último aluno vinculado a esses PPGs.

Diante da importância desse momento, reforçamos aos docentes e aos discentes a importância da participação nas reuniões que serão realizadas nos próximos dias. É preciso apresentar à comissão da CAPES a realidade com a qual professores e estudantes dos cursos descontinuados estão convivendo, para que medidas em favor da qualidade de formação e de carreira sejam exigidas da universidade. 

A diligência é um procedimento de verificação, que pode ser realizada para diversos fins, como avaliação da infraestrutura, análise da qualidade acadêmica, investigação de denúncias ou acompanhamento de ações corretivas, entre outros

A Comissão de Diligência da CAPES é formada pelos professores: Paulo Jorge Parreira dos Santos, diretor de avaliação, Fabiene Ferreira, coordenadora-geral de avaliação, acompanhamento e monitoramento da pós-graduação, e Andréa Midori Takai, coordenadora de acompanhamento e monitoramento da pós-graduação. Além deles, a CAPES também destacou para a comissão um grupo de 12 professores, um representante de cada uma das áreas dos PPGs descontinuados, que também integram a diligência.

Cronograma da diligência

Quinta-feira (15/06)

  • 9h30min - Reunião com a Reitoria
  • 10h30min - Reunião com os coordenadores dos 12 PPGs
  • 14h - Reunião com docentes dos 12 PPGs, no auditório da biblioteca
  • 16h - Reunião com discentes dos 12 PPGs, no auditório central

Sexta-feira (16/06)

  • Possibilidade de reunião com coordenador de área com cada PPG

Entenda o caso

Desde que foi anunciada, sem a divulgação de critérios, a descontinuação dos Programas de Pós-Graduação, que contam com excelência acadêmica e sustentabilidade econômica, parte da comunidade acadêmica se mobilizou para lutar contra o fim dos PPGs. Mesmo sem conseguir reverter a decisão, um coletivo de docentes e discentes, preocupados com o descaso com o qual a UNISINOS passou a tratar os programas descontinuados, começou a atuar para que fossem preservadas a qualidade de formação dos alunos e as perspectivas de carreira dos professores ligados aos cursos.

Em abril de 2023, o coletivo reuniu-se com a CAPES para expor a forma como a universidade estava tratando a questão, e o órgão federal ligado ao Ensino Superior se comprometeu a acompanhar o caso.